A iluminação circadiana, termo derivado do latim que significa “ao redor de um dia”, é projetada para se alinhar com o ciclo biológico dos ocupantes de uma edificação, visando assegurar o bem-estar e aprimorar a qualidade de vida.
Mais conhecido como o “relógio biológico”, o ciclo circadiano regula o tempo de sono, vigília, fome e até a função imunológica. É fácil perceber isso: você fica mais ativo quando o céu está claro e o sol aparece no horizonte, não é? Da mesma forma, quando a noite chega, começam a surgir bocejos, dificuldade de concentração e a necessidade de tomar mais café ou se alongar para lidar com as tarefas, certo?
Essa é uma das funções da iluminação circadiana: centrada no ser humano, busca criar espaços que promovam a saúde dos moradores e impactem as funções vitais de forma positiva. A iluminação circadiana, portanto, assegura a criação de ambientes confortáveis e funcionais, focados no aumento da qualidade de vida. Além disso, ela estimula a criação de ambientes com maior aproveitamento da luz natural, respeitando o ecossistema.
Projetos arquitetônicos que priorizam o ritmo circadiano ajudam os moradores a permanecerem alertas durante todo o dia, executando suas atividades com mais empenho, e garantem um relaxamento adequado à noite, promovendo um sono mais tranquilo.
A iluminação circadiana surge como uma tendência moderna, substituindo abordagens centradas apenas na eficiência energética que ignoram o ritmo natural do corpo humano. Hoje, compreende-se que a luz solar auxilia na produção de serotonina, proporcionando disposição, e cortisol, aliviando o estresse.
A meia luz, por sua vez, estimula a produção de melatonina, um relaxante muscular que induz ao sono tranquilo. A iluminação circadiana é ideal para criar ambientes mais saudáveis, em harmonia com o ritmo natural do corpo.
Ela estimula o organismo por meio de estímulos eletromagnéticos presentes nas luzes utilizadas em todos os ambientes da casa. A influência da luz na saúde humana é notável, como se pode observar ao passar muito tempo em uma sala sem janelas, o que pode dificultar o sono à noite devido à falta de percepção do anoitecer e à consequente redução na liberação de melatonina.
Portanto, é crucial dimensionar as janelas para otimizar o aproveitamento da luz natural e utilizar lâmpadas adequadas para não interferir no biorritmo dos moradores. Com mais tempo em casa, a exposição à iluminação artificial produzida por luzes e telas de LED aumenta, tornando essenciais soluções de iluminação espectralmente aprimoradas para sintonizar os ritmos circadianos, replicando a natureza.
Adotar a iluminação circadiana em casa é simples: luzes “azuladas” reproduzem a luz do dia, enquanto as “amareladas” devem ser acionadas durante a noite, assemelhando-se à iluminação noturna. A regra é clara: quanto mais quente, mais clara é a luz. Para quartos e salas de televisão, lâmpadas de cores suaves proporcionam um ambiente mais relaxante.
Algumas lâmpadas são projetadas com dimmers simples para alterar o espectro de azul-celeste para laranja no final do dia, criando uma atmosfera mais quente que promove a produção natural de melatonina e um sono melhor. Utilizar luz branca nesses ambientes pode dificultar o sono, mantendo os moradores alerta e aumentando o estresse. A luminosidade correta deve ser confortável para os olhos, proporcionando uma sensação de relaxamento.
Se gosta de ler antes de dormir, um abajur de mesa com luz de LED pode ser instalado para oferecer luminosidade adequada durante a leitura. Na cozinha, luzes claras deixam todos mais bem-dispostos para executar as tarefas domésticas.
Evitar áreas mal iluminadas na sala de estar é possível com a técnica de estratificação de luz, usando acessórios diferentes para criar uma mistura de iluminação ambiente (difusa para tarefas gerais e focada para tarefas específicas) e iluminação de destaque (para destacar uma área específica).
A iluminação suspensa é essencial para fornecer iluminação ambiente em cozinhas e salas de jantar, idealmente combinando-se com a iluminação natural. O layout do projeto de iluminação deve considerar cuidadosamente o espaçamento, intensidade da luminária e a distribuição da intensidade da luz, assegurando que uma quantidade efetiva de luz seja fornecida não apenas horizontalmente, mas especialmente na vertical sobre os olhos, garantindo a máxima eficácia circadiana.